OS MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS, EM UMA PARCERIA COLABORATIVA: COM A PALAVRA, AS PROFESSORAS.

Autores

Palavras-chave:

matemática nos anos iniciais, professores polivalentes, ensino por investigação, cenários para investigação, paradigma do exercício

Resumo

Este trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo caracterizar o ensino de matemática em uma escola pública estadual, voltada aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em um projeto colaborativo entre Universidade e escola, financiado pela FAPESP. Procurou investigar como os professores polivalentes organizam suas aulas. O referencial teórico para a elaboração desta pesquisa consiste nas perspectivas de diversos autores, entre eles Freire, Nacarato, Mengali e Passos, Alrø e Skovsmose e Milani. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, teve como contexto de produção dos dados a escola participante do projeto colaborativo, mais especificamente, o grupo de professoras que ensinam matemática nesta escola e que faziam parte do projeto. Os dados foram produzidos a partir das anotações da pesquisadora em um caderno de campo, além dos diversos relatos produzidos pelos membros do projeto, em reuniões presenciais e virtuais, criados pela parceria colaborativa. Foi utilizado, também, um instrumento para coleta de dados, baseado nos estudos de Linardi (2006), na forma de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados a partir de três categorias: a organização das tarefas de ensino de matemática, a seleção e uso dos materiais didáticos e a comunicação em sala de aula. As análises revelam as fragilidades da formação inicial dos professores polivalentes e a maneira como lidam com as dificuldades enfrentadas no exercício da docência em matemática. Conclui-se que os professores participantes desta pesquisa transitaram por diferentes ambientes de aprendizagem (SKOVSMOSE, 2000), embora na maior parte do tempo tenham atuado no paradigma do exercício. O uso dos materiais prescritos como um portador de verdades absolutas e a cobrança por sua utilização possivelmente corroboraram para esta situação. Todavia, foi possível verificar momentos em que se arriscaram em processos de reflexão e ação com os alunos, experimentando, nesses momentos, os cenários para investigação. Foram momentos pautados pelo diálogo, pela imprevisibilidade dos caminhos a serem percorridos e pela busca, pelos alunos, por respostas para as suas próprias inquietações. Tais situações foram, em sua maioria, fomentadas pela parceria colaborativa universidade-escola.

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Publicado

2023-07-30